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Equipa Principal | 2023-04-24

À conversa com Rui Ferreira, Chief Scout do Casa Pia AC

Esta semana em conversa com Rui Ferreira, que atualmente desempenha a função de Chief Scout no Casa Pia AC, ele conta-nos  como se envolveu no futebol, desde sua experiência como jogador até a sua transição para o scouting, e explica as principais responsabilidades do seu cargo dentro do clube. Abordamos temos como a estratégia para encontrar jogadores que se adequem à cultura e filosofia do Casa Pia AC e o processo de identificação e recrutamento de novos talentos.

 

Como te envolveste no futebol e como scout em particular?

Iniciei o meu percurso enquanto jogador, desde os 5 até aos 18 anos. Por volta dos 15 anos, ao perceber que não iria atingir o patamar que ambicionava, comecei a interessar-me pela área do Treino e do Scouting.Foi no Estoril Praia, com 17 anos, que tive a minha primeira experiência profissional no Scouting da Equipa Posteriormente fui adjunto/analista nos U19 do Tires, Loures, 1º Dezembro e Equipa Principal do Oriental.Enquanto Scout estive na Equipa Profissional do Tondela e Paços de Ferreira. Cheguei ao Casa Pia AC em 2020, inicialmente como adjunto/analista e desde 2021 desempenho funções de Chief Scout.

 

Qual é o papel do Chief Scout num clube de futebol e como descreverias as tuas principais responsabilidades no Casa Pia AC

O papel do Chief Scout pode variar mediante o contexto associado, por isso vou dar o meu exemplo, que é o qual eu tenho propriedade. As responsabilidades de forma sucinta, estão relacionadas com a implementação de uma metodologia de trabalho, definição de objetivos e estratégia a curto e médio/longo prazo, de modo a garantir a capacidade de influenciar no momento da tomada de decisão. 

 

Qual é a tua estratégia para encontrar jogadores que se adequem à cultura e filosofia de jogo do Casa Pia AC?

Primeiramente, está muito bem definido e claro o perfil de jogador que pretendemos para o Casa Pia. Posteriormente procuramos aprofundar ao máximo o nível de conhecimento sobre a pessoa (dimensão de extrema importância para nós) e sobre o jogador.

Outro fator relevante é após a contratação e nesse sentido não está diretamente ligado ao Departamento de Scouting, mas tenho de enaltecer todo o trabalho e acompanhamento que é feito, com o propósito de dar todas as condições para que o jogador tenha rendimento.

 

Como é o processo de identificação e recrutamento de novos talentos para o clube?

Há uma definição de mercados/campeonatos no início da época que nós pretendemos explorar, com base em alguns critérios específicos. Semanalmente planeamos os jogos a observar e identificamos os jogadores que sejam destaque. Depois o objetivo passa por analisar em mais profundidade e de forma mais abrangente (diferentes contextos, para ter uma avaliação mais completa). Todo este processo é suportado com relatórios e documentos, onde são apresentadas todas as informações relevantes e a fundamentação para cada decisão.

 

Que habilidades acreditas que são essenciais para um jogador de futebol?

É algo variável em função da posição especifica, mas algumas características transversais que considero essenciais são a ambição, mentalidade competitiva, capacidade de aprendizagem e a coragem.

 

Como avalias o potencial de um jogador?

O potencial é uma projeção do que nós consideramos que o jogador pode atingir, que é relativo por estar dependente de muitas variáveis. Mas fazemos essa avaliação com base na idade, background competitivo e no tipo de características a melhorar que são treináveis e que podemos aportar ao jogador.  

 

Como te manténs atualizado sobre as últimas tendências e técnicas de scouting no futebol?

Procuro de 3 formas diferentes: através de momentos formativos relacionados com o Scouting e em áreas que considero fundamentais para ter uma visão mais completa (área do Treino e Psicologia), discussão de ideias com a rede de contactos de proximidade e o estímulo interno que dinamizamos no nosso departamento.

 

Como trabalhas em colaboração com outros membros do clube ,como a equipa técnica e diretor desportivo?

A minha relação com o Diogo Boa Alma é de grande proximidade e estamos muito alinhados. O facto da nossa comunicação ser diária e que de forma constante estejamos a discutir jogadores e ideias, facilita bastante o momento do mercado, onde já temos muitas decisões antecipadas e definidas. Com a equipa técnica, existe um grande nível de confiança, pelo facto de eu já ter feito parte da mesma, o que torna a interação mais fácil e regular. 

 

À conversa com Rui Ferreira, Chief Scout do Casa Pia AC
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