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Equipa Principal | 2023-03-16

À conversa com José Da Paz, preparador físico do Casa Pia AC

Esta semana em conversa com José da Paz, Preparador Físico do Casa Pia AC, abordamos a sua função dentro do departamento de performance e da equipa técnica do Casa Pia AC. As principais estratégias e a colaboração com a equipa técnica para identificar áreas de melhoria e os principais métodos para reduzir o risco de lesão.

O preparador físico e treinador adjunto do Casa Pia AC, destaca que a observação dos jogadores é uma das ferramentas mais poderosas na prevenção de lesões, além da utilização de dados para obter perfis individuais dos jogadores para melhorar o desempenho.

 

1. Como descreves tua função dentro do departamento de performance do Casa Pia AC?

 

Dentro da USP do CPAC, são várias as pessoas que tem uma responsabilidade direta na performance física dos jogadores, a minha função em concreto, consiste em periodizar e monitorizar todas as cargas físicas que são aplicadas em contexto integrado, bem como, quando necessário, planear e operacionalizar exercícios complementares à sessão, de forma a que os jogadores obtenham a carga ideal em cada unidade de treino. Outra das minhas funções, é garantir que todos os jogadores cheguem à parte fundamental do treino e à competição, devidamente preparados para as solicitações que daí podem surgir.

 

2.Quais são as principais estratégias que utilizam para retirar melhor desempenho dos jogadores do Casa Pia AC?

 

São várias as estratégias que utilizamos, vão deste a compreensão e respeito pelos princípios do treino, a planificação de um adequado trabalho e força e potência, bem como, a monitorização e avaliação diária dos atletas. O principal objetivo que temos dentro do USP, é que o jogador chegue a cada treino e jogo o mais disponível possível. Para isso, existe uma grande comunicação diária entre toda a USP, para que, de acordo com a carga a que o jogador foi submetido e as posteriores sensações recolhidas, se consigam aplicar boas estratégias de recuperação e planificar as cargas seguintes de forma coerente e adaptadas.

 

3.Como avalias e monitorizas o progresso dos jogadores e a nível físico?

 

A nível físico, monitorizamos a performance de duas maneiras, a primeira, resulta da aplicação e comparação sistemática de resultados em testes de avaliação das capacidades motoras. A segunda, através da monitorização da cargas de treino e competição. Nesta segunda, para cada sessão ou exercício de treino, começamos a ter valores padrão coletivos e individuais e com a repetição de alguns exercícios padrão do modelo de jogo do treinador, começamos a conseguir perceber se a performance individual e coletiva está a evoluir. Através dos valores competitivos, conseguimos perceber a evolução das capacidades físicas, controlando algumas métricas como a velocidade máxima e a capacidade de realizar ações/distâncias de alta intensidade.

 

4.Como trabalhas em conjunto com a restante equipa técnica para identificar áreas de melhoria na equipa?

 

A palavra é essa mesmo, “identificar”, no nosso dia a dia, temos todos uma atitude muito proactiva e é através de discussões diárias que identificamos algumas lacunas técnicas e físicas dos atletas. Quanto às lacunas técnicas, dentro dos microciclos, planeamos trabalho complementar específico para esse jogador ou grupo de jogadores, a fim de melhorar pontos menos fortes. Quanto às debilidades físicas, após identificadas, sou eu que, através das reuniões semanais da USP, abordo o tema, e em grupo, analisamos e discutimos o plano de desenvolvimento individual.

 

5.Quais as principias estratégias que utilizam para reduzir o risco de lesão?

 

As principais estratégias recaem sempre, numa boa periodização e controlo das cargas treino e competição, função que é desempenhada por mim, na definição de um bom programa de prevenção de lesão, através do trabalho de força e potência, que é responsabilidade do Júlio Pinto e sua equipa, e claro, pela aplicação de estratégias de recuperação dos atletas, que tanto podem sem aplicadas em contexto de trabalho complementar no ginásio, ou no departamento médico, as quais permitem que os atletas estejam sempre o mais preparados possível para o treino/jogo, funções desempenhadas pela excelente equipa de fisioterapeutas que dispomos, coordenada pelo Pedro Cunha.

A estratégia mais importante que uso, e que tenho vindo a desenvolver, é capacidade de análise dos jogadores na sua individualidade, através da observação. Se falha? Sim, mas é sem dúvida a melhor e mais poderosa ferramenta de prevenção. Por exemplo, existem informações que retiramos dos atletas ou do contexto, que tem de ser tidas em conta na gestão do trabalho diário, tais como, as condições climatéricas, idade dos atletas, a capacidade de recuperação, a qualidade do sono, o nível de hidratação entre outras, que nos permitem reformular e adoptar estratégias individuais a fim de reduzir a probabilidade de lesão.

 

6.Como utilizas os dados e análises para melhorar o desempenho dos jogadores?

 

Os dados permitem obter perfis individuais dos jogadores em todo o tipo de atividade em que participam, por exemplo: jogos, testes físicos, treinos, exercícios etc. Monitorizando todas estas atividades, dispomos de uma poderosa ferramenta de feedback para o jogador, disponibilizando dados relevantes sobre a sua evolução, positiva ou negativa, e daí consciencializar o jogador da necessidade de alterar os comportamentos, ou por outro lado, parabenizar o jogador pelo trabalho desenvolvido e incentivar a manter o mesmo compromisso.

 

7.Como motivas os jogadores a se esforçarem continuamente para melhorar seu desempenho?

 

Através do feedback! Disponibilizar dados concretos da sua performance e evolução, motivando-os para continuar, ou dando-lhes ferramentas para alterar os momentos menos bons.

 

8.Qual é a tua visão a meio/longo prazo para o departamento de performance do Casa Pia AC?

 

A visão é sempre conjunta, mas, a minha, passará sempre por continuar a ter profissionais de grande valor, se possível, continuar a crescer em recursos humanos, através de estagiários ou outros profissionais, sempre de forma sustentada, mas que possam aportar uma maior especialização às necessidades da UPS. E claro, continuar a crescer em termos de infraestruturas, materiais de treino e de controlo da performance.

À conversa com José Da Paz, preparador físico do Casa Pia AC
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