Casa Pia AC faz o Dragão suar, mas não evita derrota
No Estádio do Dragão, o Casa Pia AC demonstrou a sua fibra competitiva e protagonizou uma primeira parte memorável, digna de registo. A equipa lisboeta, conseguiu neutralizar durante largos minutos os ataques incessantes de um FC Porto pressionado pela necessidade de vitória, revelando uma organização defensiva e espírito de luta que merecem ser enaltecidos.
Entrando com um esquema 3-4-3, o Casa Pia AC apresentou um bloco defensivo sólido, com as alas e os extremos a recuarem para formar uma linha hermética frente ao 4-2-3-1 portista. A estratégia era clara: dificultar a construção de jogo do adversário e explorar as saídas rápidas para surpreender a defesa do FC Porto. E resultou.
Os "gansos" não só bloquearam durante a primeira parte os intentos ofensivos do adversário, como ainda tiveram momentos de perigo junto à baliza de Diogo Costa. O Casa Pia conseguiu conter a avalanche azul e branca e lançar sinais de alerta no Dragão. A prestação defensiva foi complementada por transições rápidas, que deixaram os portistas em sentido.
Um dos grandes protagonistas da noite foi, sem dúvida, o guardião Sequeira. Seguro entre os postes, foi graças às suas defesas que o Casa Pia AC chegou ao intervalo sem golos sofridos, aumentando os nervos na bancada e dentro das quatro linhas. A cada investida portista, a muralha erguida pelos lisboetas mostrava resistência e inteligência, frustrando os intentos do adversário e reforçando a imagem de uma equipa bem trabalhada taticamente.
Após uma primeira parte de sonho, em que o Casa Pia AC se apresentou como uma equipa disciplinada e corajosa, o início da segunda parte trouxe uma realidade diferente. Aos 51 minutos, numa combinação rápida entre Fábio Vieira, Pepê e Samu, o FC Porto encontrou finalmente uma brecha na muralha defensiva dos lisboetas. Pouco depois, aos 55 minutos, um contra-ataque conduzido por Pepê culminou no segundo golo, marcado por Samu. A partir daí, o jogo perdeu a intensidade competitiva que o Casa Pia AC tinha conseguido impor.
Ainda assim, os lisboetas continuaram a lutar, e apenas o ferro evitou um terceiro golo portista num remate de Otávio. Apesar da derrota, a exibição do Casa Pia na primeira parte foi exemplar e deixou clara a evolução da equipa.
Se é verdade que a derrota por 2-0 acaba por ser o resultado final, o desempenho do Casa Pia AC, sobretudo nos primeiros 45 minutos, mostrou que a equipa tem qualidade e coragem para disputar jogos contra os gigantes do futebol português. No Dragão, os lisboetas fizeram mais do que resistir: fizeram o FC Porto suar, obrigaram-no a pensar e provaram que estão à altura de desafios de elevada exigência.
O Casa Pia pode sair de cabeça erguida, com a certeza de que o caminho é este. A entrega, a organização e a mentalidade competitiva demonstradas são sinais positivos de uma equipa que continua a crescer e a afirmar-se na Liga. A noite no Dragão não foi uma vitória nos números, mas foi, sem dúvida, uma vitória em respeito e credibilidade.