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A temporada 2024/25 ficará marcada como a mais histórica de sempre para o Casa Pia Atlético Clube. A equipa lisboeta protagonizou uma campanha notável na Primeira Liga, alcançando um novo recorde de pontos no escalão máximo do futebol português: 45 pontos. Com um total de 12 vitórias, o Casa Pia AC superou todas as expectativas e consolidou-se como uma das surpresas positivas da época. A consistência exibida ao longo da temporada permitiu ao clube não só assegurar a manutenção com tranquilidade, mas também sonhar com voos mais altos, chegando a disputar lugares da metade superior da tabela. Apesar de ter enfrentado desafios importantes durante a época incluindo as saídas de Nuno Moreira, Telasco Segovia e Beni Mukendi no mercado de inverno, o clube manteve-se fiel ao seu objetivo: consolidar-se na elite do futebol nacional. A resposta da equipa dentro de campo foi clara e eficaz, com exibições consistentes e vitórias importantes frente a adversários diretos. Sob a liderança de um projeto desportivo sólido e com uma equipa técnica coesa, o Casa Pia AC demonstrou uma identidade de jogo bem definida e um espírito competitivo que impressionou adversários e adeptos. Esta época de 2024/25 entra assim para a história do clube como a melhor desde o seu regresso à Primeira Liga, confirmando o crescimento sustentado de uma equipa que continua a escrever páginas memoráveis no futebol português.
O que te motivou a seguir Psicologia, e como acabas-te por trabalhar no contexto desportivo? A escolha pela psicologia deveu-se à possibilidade de poder ajudar outras pessoas na sua caminhada pela vida. Acho que também fui desenvolvendo um fascínio por esta área científica que estuda e tenta compreender o comportamento humano com toda a sua complexidade e subjetividade. Talvez me tenha também sentido atraído pelo desafio inerente ao trabalho de um psicólogo, que considero bastante desafiante. No final, foi a possibilidade de conciliar duas coisas que gosto muito: pessoas e desafios. A opção de ser psicólogo no contexto desportivo foi bastante natural e intuitiva devido ao meu passado enquanto futebolista profissional. Identifiquei-me bastante com o papel de psicólogo no desporto pela perspetiva de poder ajudar atletas a lidar com as exigências competitivas que também enfrentei e que considero bastante exigentes a nível mental. Qual é o papel específico de um psicólogo num clube como o Casa Pia AC? Acredito que o papel do psicólogo no CPAC não seja muito diferente de outros clubes, acho que passa por dois objetivos principais: o primeiro é o de ajudar os atletas a otimizarem a sua performance desportiva por intermédio do desenvolvimento das suas competências mentais; o segundo é o de contribuir para a promoção da saúde mental dos atletas e restantes agentes desportivos (i.e., elementos do staff, estrutura e equipa técnica). Como é que o trabalho psicológico contribui para o rendimento desportivo dos atletas? O trabalho psicológico é indispensável ao rendimento desportivo porque já existem claras evidências que a performance desportiva assenta em quatro pilares fundamentais: vertente técnica, vertente tática, vertente física e vertente mental. Qualquer que seja o nível de performance de um atleta, iremos sempre encontrar estas quatro vertentes como áreas de intervenção e desenvolvimento. Acredito que cada vez mais se começa a compreender que a vertente mental é transversal a todas as outras e tem um lugar de destaque no rendimento de um atleta. Se pensarmos que a capacidade de aprender assenta em processos cognitivos, percebemos que nunca será possível aprender seja aquilo que for sem conceber a dimensão psicológica deste processo. De uma forma muito prática, acredito que o desenvolvimento de competências psicológicas confere ao atleta uma preparação mental que lhe permitirá atingir níveis de rendimento superiores. Por exemplo, um atleta com maior capacidade de autorregulação emocional estará melhor preparado para lidar com diferentes momentos competitivos mantendo desempenhos mais consistentes. Um atleta com maior capacidade de manter e mover o seu foco atencional para as pistas corretas conseguirá tomar melhores decisões e manter maior nível de concentração nos momentos apropriados. Um atleta que desenvolva uma mentalidade correta irá conseguir manter-se focado nos aspetos que controla e empenhado no seu desenvolvimento pessoal exibindo níveis de motivação mais estáveis e consistentes ao longo do tempo, especialmente durante períodos de maior adversidade. Tentando resumir, acho que o trabalho psicológico contribui para que o atleta esteja melhor preparado para lidar com os desafios competitivos, tornando-se mais consistente e mais seguro de si mesmo. Tal como o trabalho técnico, tático e físico ajudam o atleta a estar melhor preparado para lidar com os desafios competitivos, o trabalho psicológico desempenha exatamente o mesmo papel, embora ainda não receba o devido interesse por parte de alguns atletas e agentes desportivos. Que tipo de questões ou desafios os jogadores mais costumam trazer? Os desafios mais comuns estão normalmente relacionados com questões motivacionais (i.e., desmotivação frequente perante adversidade), autorregulação emocional (i.e., dificuldade em regular as próprias emoções), questões relacionadas com identidade (i.e., dificuldade em desenvolver uma identidade não baseada no desempenho) e conflitos interpessoais. Trabalha mais com os atletas individualmente ou em grupo? Como é feita essa gestão? Essa gestão depende muito das necessidades identificadas e do alinhamento com a equipa técnica, que é soberana naquilo que diz respeito ao trabalho coletivo. Tendencialmente, a maior parte do trabalho ocorre a nível individual, mas acabam por surgir momentos em que se podem justificar intervenções coletivas com a equipa. Em que medida o contexto competitivo afeta a saúde mental dos atletas? O contexto competitivo é bastante exigente e acaba por reunir condições que facilitam a deterioração da saúde mental de todos os agentes envolvidos. Tendencialmente, acaba por se colocar maior enfâse na saúde mental dos atletas, mas na minha perspetiva os treinadores acabam por estar ainda mais expostos a estas questões. Acredito que o contexto competitivo acaba por vulnerabilizar todos os agentes desportivos nele envolvidos devido às suas particularidades, entre as quais destaco: a pressão para o desempenho, a instabilidade e incerteza recorrentes (e.g., questões contratuais, desemprego, mudanças repentinas e constantes de local de trabalho), as lesões e doenças, o escrutínio público constante (e.g., imprensa, adeptos, estruturas diretivas) e a própria natureza competitiva contínua transversal à época desportiva. Estas questões exercem uma influência negativa sobre a saúde mental, afetando o desempenho e bem-estar dos atletas, treinadores e restantes agentes desportivos. Como é que a equipa técnica colabora contigo no dia a dia? A colaboração com cada equipa técnica acaba por diferir em função das características da mesma e daquilo que são as suas expectativas e necessidades. Existem contextos em que o psicólogo está enquadrado na equipa técnica como um dos seus elementos, enquanto noutros assume uma posição mais informal de consultoria em função das necessidades que vão surgindo. Ambos posicionamentos acabam por ter vantagens e desvantagens, sendo importante que o psicólogo tenha a capacidade de se adaptar ao que é esperado de si. Acredito no papel do psicólogo enquanto agente desportivo que deve cooperar com os restantes agentes presentes na organização desportiva e manter-se alinhado com os objetivos da mesma, colocando ao dispor as suas competências para que o rendimento desportivo coletivo e individual seja otimizado, sem se hipotecar a saúde mental de cada indivíduo. Que estratégias usas para ajudar os jogadores a lidarem com a pressão dos jogos? As estratégias utilizadas vão diferir entre atletas porque cada um tem a sua própria história de vida, o seu próprio enquadramento familiar e cultural e a sua personalidade. A função do psicólogo deve passar por ter em conta todos estes fatores pessoais, analisar as características do contexto que envolve o atleta e a sua capacidade de adaptação ao mesmo e ajudá-lo a gerir da melhor forma os fatores de stresse que podem estar a impedi-lo de manifestar todo o seu potencial. Entenda-se que, estando o atleta inserido num determinado contexto, existem muitas variáveis que podem influenciar o rendimento desportivo, algumas das quais pouco controláveis por si e que podem suscitar-lhe estados emocionais negativos. Costumo dizer que, muitas vezes, o papel do psicólogo passa por ajudar o atleta a olhar para uma determinada situação num ângulo diferente do atual. Existe sempre a possibilidade de se extrair novos significados de experiências semelhantes e isso pode mudar a nossa perceção sobre a realidade e permitir a construção de crenças facilitadoras da mudança. A título de exemplo, um atleta pode encarar o próximo jogo como altamente ameaçador, devido ao seu grau de dificuldade (e.g., jogo contra um adversário muito difícil) ou encarar o mesmo jogo como uma oportunidade de mostrar a sua capacidade (e.g., jogo difícil em que vai demonstrar a sua competência). Sabemos pela sustentação teórica que a resposta fisiológica induzida em cada um destes cenários é diferente, sendo no segundo mais facilitadora da performance e menos indutora de ansiedade do que no primeiro. A saúde mental no desporto ainda é um tabu? Nota alguma evolução? Diria que ainda é, não só no desporto, mas na sociedade em geral, porém parece-me que o estigma com as questões de saúde mental está a diminuir gradualmente. As novas gerações apresentam maior abertura relativamente ao acompanhamento psicológico (dentro e fora do contexto desportivo) e encaram-no com maior naturalidade. Há, portanto, uma evolução positiva que se traduz numa maior predisposição para partilhar os desafios individuais relacionados com saúde mental e também para se debater este assunto publicamente. Considero que a pandemia veio também expor este assunto de uma forma muito genuína, promovendo o diálogo e a preocupação em torno da temática da saúde mental como ainda não havia sido feito antes. Não nos devemos esquecer que foi um período delicado em que, um em cada três portugueses, demonstrou sinais de sofrimento psicológico (ver estudo: Saúde mental em tempos de pandemia - SM-COVID-19: relatório final). Como se prepara um atleta mentalmente para uma competição importante? A preparação mental, na minha opinião, não se afasta muito de qualquer outro tipo de preparação (e.g., física ou técnica), uma vez que incide nos mesmos princípios: (1) Identificar necessidades individuais; (2) Criar um plano que permita o desenvolvimento individual em função dessas necessidades; (3) Aderir a um conjunto de rotinas que promovam o desenvolvimento sustentável e consistente ao longo do tempo. A questão da competição importante acaba por estar sobrevalorizada. Acredito mais numa preparação contínua e sustentada ao longo do ciclo ou da época desportiva. O que quero dizer especificamente é que não necessita de haver um cuidado especial com determinada competição se o processo de preparação mental já estiver bem implementado na rotina quotidiana do atleta. A questão é que em muitos casos, não existe uma rotina clara, intencional e personalizada em função das necessidades do atleta, logo, procura-se fazê-lo apressadamente às portas de uma competição importante. Considero que a preparação mental deve ter um carácter preventivo e não tanto remediativo. Nos casos em que se verifique essa necessidade, a preparação mental de um atleta específica para uma grande competição deve ser personalizada em função das suas necessidades pessoais e do contexto em que se insere (e.g., características específicas da competição em que participa) com o propósito de promover um estado mental ótimo que seja facilitador do seu desempenho desportivo e isto envolve uma variedade de fatores como: autorregulação emocional, concentração, motivação, níveis de ativação, crenças, discurso interno, perceções, etc. Acredito muito no princípio de preparação que procura replicar ao máximo as condições encontradas em competição. Creio que a nível mental acaba por representar uma vantagem adaptativa relevante, daí a importância da implementação de rotinas diárias que se assemelhem ao que o atleta faz em competição… Há diferenças entre trabalhar com atletas de formação e com seniores? Existem diferenças significativas. São faixas etárias muito díspares, com necessidades diferentes. Acompanhar um atleta menor implica envolver os seus pais no processo, por aí entendemos que são processos de intervenção logo à partida distintos. As temáticas podem até ser semelhantes, mas devem ser abordadas de forma diferente. O grau de autonomia é diferente, também por aí se possa prever que a intervenção em faixas etárias mais novas acabe por ser mais focada na sensibilização para um conjunto de competências mentais que podem vir a ser trabalhadas mais tarde no percurso formativo. Os conhecimentos na área da psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem acabam por ser fundamentais para se trabalhar com as faixas etárias mais novas. Tal como noutras áreas científicas, existem especialidades profissionais que se formam devido às especificidades da intervenção e penso que este é um ótimo exemplo disso. Existem psicólogos especializados em ambos os tipos de intervenção dado os desafios diferentes que cada uma acarreta. Que conselhos deixaria a quem quer seguir Psicologia do Desporto? É uma área profissional específica dentro da psicologia que está em clara expansão, porém, é também uma área que requer sólidos conhecimentos científicos de diferentes ramos científicos (i.e., psicologia clínica, social, organizacional, educacional e do desporto) juntamente com um elevado conhecimento daquilo que são os contextos desportivos e seu funcionamento. Dito isto, os meus conselhos são três: (1) sejam resilientes (a fase inicial de carreira é geralmente difícil); (2) procurem investir no vosso desenvolvimento profissional através da procura de conhecimento válido, relevante e aplicável em contexto desportivo; (3) envolvam-se no contexto desportivo, aprendam como funciona por dentro, quais as suas dinâmicas, que elementos lhe são transversais. Boa sorte!
Jogo da 33ª jornada da Liga Portugal Betclic, no Estádio Municipal de Rio Maior Ganso, os bilhetes já estão disponíveis no nosso site: https://casapiaac.pt/bilheteira Detalhes do jogo: Casa Pia AC x SC BragaData: 10/05/2025 (sábado)Hora: 20:30Local: Estádio Municipal de Rio Maior Este é o nosso último jogo em casa esta época. Vamos despedir-nos em grande? Contamos contigo para enchermos a bancada e mostrarmos o orgulho de Ganso!
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